logo2.jpg (7401 bytes)


Home

O Peso do Ecoturismo


• Sr. Ministro Gustavo Krause, como definiria o papel do ecoturismo no Brasil?

Devemos situar, em primeiro lugar, a atividade tur�stica como uma das mais expressivas no mundo de hoje, do ponto de vista da cria��o de riquezas e empregos. Infelizmente, o Brasil participa na atualidade de forma muito t�mida, ao contr�rio de outros pa�ses com menor potencial, do chamado "produto internacional tur�stico".

� hoje, seguramente, a atividade econ�mica mais expressiva, ao lado do petr�leo e do com�rcio de armas; e dentro das vertentes do turismo, o seguimento do ecoturismo � o que mais cresce.

• Qual a rela��o entre o ecoturismo e desenvolvimento sustent�vel?

Quando se descobre o ecoturismo como op��o econ�mica, se imagina que � uma panac�ia para uma s�rie de dificuldades que certas regi�es sofrem. Realmente, as pessoas que demandam identificam em suas regi�es uma voca��o ecotur�stica, mas o ecoturismo � uma atividade muito complexa, integradora, que tem que ser exercida em harmonia com a natureza. Ent�o � preciso, em primeiro lugar, verificar se as potencialidades ecotur�sticas s�o reais. Em segundo lugar, � preciso criar uma cultura ecotur�stica.

Essa cultura abrange desde a capacidade de identificar as in�meras potencialidades at� a capacidade de explorar os bens naturais, sempre condicionada a n�o extravasar os limites da linha a partir de onde come�a a preserva��o. Considerando que este setor exige interven��es sofisticadas, o Governo brasileiro produziu as diretrizes pol�ticas, depois de amplas discuss�es com todas as organiza��es interessadas.

• Que diretrizes s�o essas?

As diretrizes t�m sido para o MMA e o MICT/Embratur um documento de trabalho com nove a��es estrat�gicas, como controle de qualidade do produto ecotur�stico, gerenciamento de informa��es. O Governo tem atuado no fortalecimento interinstitucional e o maior exemplo � a forma de organiza��o e participa��o do GTC - Amaz�nia, do qual participam institui��es ligadas a cinco minist�rios, governos estaduais, setor privado, envolvendo operadores, empres�rios do setor tur�stico e a sociedade organizada, por meio do GTC, que congrega mais de 400 ONG’s.

Estamos trabalhando intensamente com parcerias como Sudam, Funai, Embratur, e j� capacitamos mais de tr�s mil pessoas at� agora, inclusive na Venezuela, por meio de acordos de coopera��o t�cnica. A Venezuela est� definindo suas diretrizes para orientar uma pol�tica de ecoturismo, tal como n�s brasileiros.

• O que � o GTC - Amaz�nia?

O GTC � um grupo de trabalho que tem a coordena��o e a secretaria executiva exercida pelo MMA, e que, num acordo in�dito com o MICT/Embratur, nos delegou mandato para planejar e organizar a atividade de ecoturismo no Brasil, que � o que estamos fazendo.

Outro lado muito importante no desenvolvimento do ecoturismo � o envolvimento das popula��es tradicionais. Sem o envolvimento das popula��es tradicionais vamos ter s�rias dificuldades. Por exemplo, os ilh�us de Fernando de Noronha s�o uma popula��o tradicional, assim como os ilh�us, os caboclos da Amaz�nia e os extrativistas s�o tipicamente representantes da popula��o tradicional. Com a experi�ncia de Fernando de Noronha, podemos definir melhor o que � produto e atrativo.

Atrativo � a ilha por si s�. Transformar isso em produto � que exige todo um esfor�o, sem perder as caracter�sticas do atrativo/produto. Para n�o cair na linguagem, na estrat�gia e na banaliza��o de produto/mercado, como se fosse uma mercadoria qualquer. N�o. � um tipo de produto diferenciado.

• O MMA tem alguma norma especial para os parques nacionais, com rela��o ao ecoturismo?

Toda a digress�o sobre os parques se reflete na pr�pria a��o do MMA, que decidiu investir nos parques para adequar a sua infra-estrutura e celebrar um arm�stico com a comunidade, na medida em que o parque pertence � comunidade, � cidadania. A cidadania � parte do parque. Esse fato rompe com a ideologia puramente preservacionista, que tem suas vantagens, seus retornos, mas n�o esgota por si s�. Rompe com a ideologia e com a cultura.

O parque deve ser apropriado de forma respeitosa e harm�nica pela cidadania. Isso tem a ver tamb�m com a utiliza��o espec�fica dos parques dentro de uma explora��o econ�mica do ecoturismo. Tanto assim que o IBAMA vem desenvolvendo programas com rela��o a 20 parques para utiliz�-los, sempre respeitando peculiaridade, sempre envolvendo a comunidade, sempre fazendo com que a produ��o de riqueza econ�mica seja compartilhada, j� que a riqueza ambiental est� l� e tem que ser mantida, conhecida, pesquisada e ampliada.

• H� uma a��o estrat�gica espec�fica para o ecoturismo?

Existem dois enfoques que eu quero salientar. Mas, uma vantagem da atividade ecotur�stica � que ela � predominantemente uma atividade voltada para o interior do Brasil, e se distancia da capital. Porque al� est� o patrim�nio natural, ent�o � uma forma de interiorizar e distribuir melhor a riqueza, redistribuir espacialmente.

Ao lado da vantagem vem o desafio: se a iniciativa privada, com seu esp�rito empreendedor, n�o perceber essa op��o econ�mica e n�o entrar fundo na quest�o, todos os esfor�os ter�o sido em v�o. � preciso articular todas as iniciativas para induzir e estimular os empres�rios para que invistam no setor.

Email:



Site criado: